Um grande amigo e meu professor de foto na prática, pois meu chefe lá nos idos de 2000 e tanto, EITA QUE TEMPO JÁ HEIN, falava com certo assombro que tinha visitado Londres uns anos antes e que tinha câmera de vigilância por TODO lado, que era uma discussão e talicoisa.
Tinha seus prós e contra e parecia uma realidade bem distante, mas logo aprovaram alguma lei municipal em Porto Alegre, onde eu morava, e colocaram câmeras de segurança em várias sinaleiras – é só no RS que chama de sinaleira? -. Um sinal, um semáforo, enfim.
Semáforo parece mais formal, né?
Sr. Semáforo, o senhor tem visita.
VOLTEMOS.
Instalaram TROCENTAS câmeras cidade afora (início dos anos 2000, não te esquece) e o discurso do quem não deve não teme, ou variações, tava em voga.
Umas semanas depois fiquei sabendo de um amigo que voltando pra casa parou num sinal fechado numa noite qualquer e que outro carro bateu no seu e fugiu. Ninguém se machucou, mas estragou o carro do meu amigo e tal. Ele tentou conseguir as imagens das câmeras pro seu processo, e não teve jeito! Passou um tempo brigando e tudo em vão, nem lembro como se resolveu, mas às imagens, ele não teve acesso. E era prum processo jurídico! Nem muito-MUITO complicado, e as imagens (da rua pública, ressalte-se!) só seriam usadas pra aquilo mesmo.
Fato é que ele não conseguiu as imagens e ficou no prejuízo, e tudo aquilo pra mim pareceu bem contraditório.
Era segurança pra TODO lado, não? NÃO!
CORTA PRA China uns anos depois quando passaram a usar nas ruas e espaços públicos um sistema super ultra mega plic ploc mega blaster de identificação pra ver quem tava fazendo coisa que não devia. Tsc, tsc, tsc, que feeeeeeeio…
O tal sistema identificava o vivente e registrava tudo, e isso poderia ser usado pra várias coisas, como uma avaliação de financiamento. IMAGINA!
Ó um resumo rápido e SUPER interessante:
EEEEEEITA CARAMBA, não é ASSUSTADOR, hein?
Já aqui uma reportagem mais atual, da Deutsche Welle da Alemanha, sobre estes sistemas chineses de segurança:
[antes de seguir o próximo corte, perceba que não estamos tratando das implicações sociais, sociológicas e individuais envolvidas nisso tudo. Fiquemos, só e por enquanto, “apenas” com a informação, sabida mas pouco visualizada, de que cada vez temos mais e mais câmeras nos filmando. Ou seja… SORRIA!]
CORTA PRAS redes sociais de hoje em dia, onde ironicamente tá rolando uns vídeos BEM interessantes do artista belga Dries Depoorter, e SACA só o resultado e me diz o que TU pensa, e depois sigo eu…
Hein, hein?
Pegou, pegou?
São apenas câmeras ABERTAS. Em teoria, e legalmente na prática, não tá fazendo nada de errado.
Mas tá mostrando a galera. Transeuntes. Cidadãos. Turistas. E também os fotógrafos e os modelos. Mais ou menos celebridades, sub ou não.
DELICADO, né, não?
Lembra ainda o vídeo aquele já das antiga sobre informações que as pessoas simplesmente expõem nas redes, ainda no tempo do Facebook, lembra? Era um tiozão véio numa tenda mucho loca, ele também mucho loco com umas roupas tipo uns lençóis brancos, todo um clima… Se dizia vidente e pedia pra pessoa sentar-se e, DO NADA, começava a falar coisas da pessoa pra ela mesma. E essas pessoas, por sua vez, ficavam IMPRESSIONADAS.
Ao fim, baixavam-se as paredes (?) da tenda e via-se que o vidente estava recebendo informações de hackers, ou melhor, stalkers que simplesmente buscavam informações postadas pelas próprias pessoas na rede, juntavam uma coisa com a outra, e OOOOHHHH.
Contei tudo isso pq não achei mais o vídeo na www (ah, o destino, esse debochado…), mas se alguém tiver por aí, por favor nos mande.
Pra terminar e sair pensando mais um poucos sobre tudo isso, visite o site do artista pra conhecer o projeto The Follower (nome bom, aliás!) e outros trabalhos do cara aqui mesmo na sua página oficial, ou outras informações nessa reportagem completa.
E bora nos preparar pro quem vem por aí com tanta e tanta e tanta câmera… hein?
Bons clicks e boas leituras a todos!
